terça-feira, 14 de outubro de 2008



THE JOY OF SHOES ( A Alegria dos Sapatos)

Esta fotografia, entitulada " Werfel´s first pair of new shoes" ou seja " O primeiro par de sapatos de Werfel", foi publicada pela primeira vez, numa edição da revista Life, em 1946.

Werfel, um menino austríaco, órfão, de seis anos de idade, foi fotografado quando recém havia recebido seu primeiro par de sapatos, num período pós guerra, da American Red Cross.

WITH SHOES, WE WALK, WE WORK, WE PLAY, WE TRAVEL - WITH SHOES WE CELEBRATE.

Fonte: The Bata Museum - Toronto-Canadá

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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

ASSIM COMEÇOU...



Todos os novos modelos de sapatos criados foram desenvolvidos através dos 8 modelos básicos: A bota, o sapato de amarrar (Oxford), a sandália, o mocassin, o scarpin ( Pump), o Mule ( chinelo caseiro) o “Monk” ( sapato de vestir) e o tamanco ( Clog).
Os modelos advindos foram apenas adaptações ou variações dos tradicionais.
E, se estes modelos básicos de sapatos foram originalmente desenhados pelo e para o homem, as mulheres adaptaram a orgulhosa criação masculina para sua melhor vantagem, os tornaram mais femininos, deram aos desenhos uma maior sensualidade, ultrapassando o limite masculino.
E, desde então, os olhos masculinos têm acompanhado seus pés vestidos e tentado desnudá-los para seu puro êxtase e deleite das mulheres.

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TÊNIS



(Photo:Old Friends)
Anos 80 – Ambivalência e sofisticação. Década da androginia e dualidade comportamental. Agressividade. Rebeldia. Individualidade. Surgiram os punks e os skinheads. Surgiu também uma nova geração de jovens businessmen, individualistas, os Yuppies.1980-1990 – Os calçados perderam a altura. Calçados pesados e fechados entraram em cena. As sandálias apresentavam solados mais grossos.Nos anos 90, houve uma grande influência dos fenômenos sociais atuantes e determinantes de um novo comportamento visual.


Os novos ídolos eram os pop stars, evidenciando os calçados de saltos altos de Madona, com o erotismo explícito de suas canções; a androginia pura de Prince, David Bowie e Michael Jackson; o sorriso escrachado de Mick Jagger a bordo de suas botinas em couro de cobra e os astros dos esportes.
O tênis, definitivamente, abriu a década de 90 como o calçado de maior status, evidenciando uma nova tecnologia, novos materiais sintéticos, modelos diferenciados para as mais diversificadas funções, desfilando nas passarelas ou brilhando nas quadras esportivas, vestido pelos maiores astros do esporte mundial.
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THE BOOT ( A BOTA )


"..these boots are made for walking and that´s what they´ll do. One of these days these boots are gonna walk all over you...( These boots were made for walking- Nancy Sinatra )

A bota data de 4.500 anos. Originalmente era simplesmente um sapato com uma tira, em separado, ao redor da perna. Posteriormente esta peça foi anexada ao sapato e seu resultado final em bota.
“Dê a uma mulher o sapato certo e ela poderá conquistar o mundo” (Bette Midler). Ela poderia estar se referindo às botas. Um símbolo de força, as botas servem também como talismãs. Nos contos de Charles Perrault´s “Puss in Boots” (O Gato de Botas), as vítimas revertiam sua sorte roubando e vestindo as botas de seu opressor. E, até mesmo o General Paton observou como as botas tornavam soldados comuns em guerreiros. Desenhos nas cavernas descobertos na Espanha e datados de 13.000 A.D. ilustravam tanto o homem quanto a mulher usando botas de peles de animais. Mas, uma vez que os papéis dos sexos tornaram-se culturalmente bem-estabelecidos, os homens avançaram a frente em botas para conquistar o mundo enquanto as mulheres ficavam em casa em seus delicados chinelos. Sapatos funcionais para as mulheres podem ter perturbado a ordem das coisas. De fato uma das acusações contra Joana D´Arc cujo comportamento rebelde levou-a a ser denominada como “bruxa” era que ele se vestia em botas masculinas à altura de seus quadris.
Não foi anterior a 1830 que a as mulheres começaram a usar botas em seu cotidiano. Para torná-las mais femininas as novas botas até o tornozelo eram feitas em formas mais estreitas e amarradas em laçarotes ou abotoadas. O objetivo inicial era abstê-las de incitá-las à tentação, mas, tiveram o efeito contrário – eles realçaram o formato da barriga da perna tornando-se altamente sensual.
Em nosso século as botas adentraram o mundo da moda. Novos modelos. Materiais. Comprimentos e alturas de saltos variadas proliferaram e depois de alguns séculos podemos dizer que a bota, finalmente, pertence aos dois sexos.
(Shoes – Linda O´Keefe)

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O SAPATO DE AMARRAR “OXFORD"




Originado em Oxford, Inglaterra em 1640.
Tornaram-se populares com os estudantes da Universidade de Oxford, e desde então, ambos, o estilo e o nome expandiram aos quatro ventos. Caracteriza-se como um modelo fechado, de amarrar, em que a gáspea e o traseiro se sobrepõem às laterais. Por tradição a gáspea é formada por duas peças, onde a biqueira se sobrepõe à segunda peça. É o mais “jovem” de todos os 8 modelos básicos. Surgiu nos Estados Unidos a partir de 1898 somente.
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SANDÁLIAS


A sandália tem sido a mais sensual versão dos modelos de sapatos principalmente em sua versão feminina, exuberantemente equilibrada em saltos altos parcialmente escondendo ou insinuando os dedos e o pé. Seu estilo data pelo nos 6000 anos.
Acredita-se terem sido os primeiros cabedais envolvendo e protegendo o pé, ou seja, os sucessores das primitivas coberturas do pé em couro. Foi o sapato tradicional das civilizações egípcia, grega e romana. Tem também sido o calçado dominante das regiões de clima quente da África, Ásia e das Américas por séculos, usadas como proteção às superfícies causticantes e agrestes, com um cabedal mínimo permitindo maior circulação de ar possível para o máximo conforto.
No século 20 as sandálias renasceram tanto na Europa como na América do Norte como tópico de moda. Porém, onde quer que tenha prevalecido como fator de moda ou aparato de uso cotidiano, o desenho básico da sandália sempre foi notório por ser simples: Solado firme preso ao pé usualmente por tiras ou correias estreitas, caracterizando-se primordialmente por sua praticidade única. Suas solas, por exemplo, podiam ser feitas de quase todo ou qualquer material disponível ao alcance da mão na época: papiro e folhas de palmeira nos primórdios do Egito, couro cru nas áreas da África, madeira na Índia, palha de arroz na China e Japão, sisal na América do Sul, yucca nos Estados Unidos e desde o advento e a proliferação do automóvel, tiras de borracha, freqüentemente recicladas, têm sido usadas como solas para as sandálias em muitos países.
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MONK -SAPATOS DE VESTIR


O MONK – Um sapato de vestir, sem atacadores com uma lingüeta alta.
Elegantemente talhado com uma tira larga sobre o peito do pé, costurada junto a uma fivela ou fecho na parte lateral.
Estilo bastante popular foi desenvolvido por um monge alpino no século 15 e por um longo tempo, antes de se tornar popular, foi vestido principalmente pelos monásticos em toda a Europa.
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terça-feira, 7 de outubro de 2008

THE PUMP ( SCARPIN)







Um dos modelos mais persistentemente popular de todos os tempos.
Seu estilo evoca um dos mais sensuais modelos devido ao seu calce perfeito, envolvendo e acentuando sutilmente os contornos do pé. Seu decote baixo mostrando deliberadamente a sugestiva fenda dos dedos, evidenciando a curva do longo arco do pé combinados aos seus sinuosos movimentos.
Atualmente um dos mais sensuais modelos de sapatos, podendo-se dizer que é “o vestido preto básico dos sapatos”. Linhas puras. Sem adornos. Saltos prudentes com uma altura razoável ao conforto e bem vestir. Prático. Elegante. Tem berço e classicamente conservador.
É um sapato feminino por excelência, mas, nos primórdios do século 16 era usado como uniforme dos serviçais – sem salto, um chinelo extremamente frágil que precisava ser preso para manter no lugar o calcanhar e os músculos dos dedos dos pés.
Este nome foi usado pela primeira vez em 1955 e pronunciava-se poumpe, pompe or pumpe, derivado do som produzido ao caminhar, atingindo um chão efetivamente polido.
Adotado pelas mulheres, em meados do século 17, este sapato sem salto, foi adaptado a uma versão street pelos adeptos da moda, espalhando-se rapidamente por toda a Europa como uma alternativa ao impraticável chinelo e botas com atacadores de amarrar apertados.
Em 1893, Alfred Gabriel, o Conde d ´Orsay tomou o pump literalmente pela mão e customizou-o para as mulheres. Primeiramente com saltos de duas polegadas de altura. Em 1950, quando os sapatos com seus saltos “stiletto” de quatro polegadas dominavam, Coco Chanel com Raymond Massaro lançou um scarpin de salto baixo, bicolor, com uma tira traseira. O cabedal em cor bege e uma biqueira preta para fazer o pé parecer menor.
Nos anos 60 Jacqueline Kennedy estabeleceu este estilo na Casa Branca e em todos os lugares acompanhando seus tailleurs lindamente feitos à mão, seus chapéus e os clássicos scarpins, como um marco de respeitabilidade e extremo bom gosto.
Nos idos de 80 e 90 quando as mulheres adentraram uma nova era de trabalho que exigia sapatos modernos, mas que pudessem ser usados confortavelmente ao longo do dia, aliando conforto, modelos sofisticados e estéticos, tornando-os clássicos e perenes.
E como dizia Mayde Lebensfeld, uma especialista em pés de Manhattan, a respeito do contemporâneo sapato: “The shoe fits – and finally we can wear it”. (O sapato serve e finalmente podemos usá-lo)
(Shoes - Linda O´Keeffe)
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“We shall walk in velvet shoes: wherever we go.
Silence will fall like dews
On white silence below.” ( Elinor Wylie)
THE MULE ( INDOORS SLIPPER )




" I´ll take a look at your slippers. I love them as much as I do you...I breathe their perfume, they smell of verbena." (Gustave Flaubert)

Seu início foi simples, plano, um chinelo sem traseiro, com os antigos Sumerianos.
Sensuais. Colocaram o pé num pedestal e desnudaram-no prazerosamente. Foram desenvolvidos estritamente para serem usados em ambientes fechados.
A imperatriz Josefina da França, reclamou ao seu sapateiro um chinelo de dançar que havia furado logo ao ser usado. “
Ah...Posso ver qual é o problema, Madame,” ele exclamou. “Você usou-os para caminhar!”
Claramente o termo “chinelo” é um tipo especial de sapato.
Exatamente como o descrevem: Um “chinelo”. Uma espécie de cobertura no qual o pé é facilmente introduzido. Usado tanto por mulheres como por homens, este chinelo caseiro é de solado muito macio e de peso extremamente leve. O “MULE” apesar de ser denominado de chinelo, é um sapato sem traseiro que pode ser usado dentro e fora de casa. Freqüentemente maravilhosamente decorado e considerado como epítome de conforto, os chinelos têm sido amplamente usados por séculos.
Na Europa e na América do Norte, eram privilégios de poucos, mas, no século 19, com sua produção em massa, possibilitou seu uso pelas pessoas comuns, que se adaptaram a ele naturalmente e o que têm sido prazerosamente feito desde então.
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O TAMANCO ( CLOG)



Este é outro modelo de origem ancestral.
Originalmente um sapato-plataforma.
Sua versão original era de um sapato sobre uma base de madeira alta.
Permaneceram como moda universal. Modelo essencial pra todos os tipos de sapatos-plataforma. Muito populares especialmente entre as mulheres jovens.
Feitos totalmente em madeira ou com sola de madeira e uma variedade de cabedais de couro, borracha ou tecido. Por mais de 10 séculos os tamancos à prova d água tem sido prova fidedigna de durabilidade, especialmente na França, nos Países Baixos e na Bélgica. De fato, até o final do século 18, na Europa, o tamanco era o calçado usado pela maioria das pessoas. Apesar de serem de madeira eram decorados e vestidos em ocasiões especiais e parecem bem mais confortáveis sendo o que essencialmente têm sempre sido - baratos, de proteção e fabricados para a população em massa. (All About Shoes - Bata )
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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

THE MOCCASIN


O sapato popularmente conhecido como MOCCASIN – o qual é essencialmente feito de uma única peça de material – tem uma linhagem ancestral.
Muito antes dos sapatos serem feitos de duas peças ( solas e cabedais) a construção do sapato em uma só peça era norma. Uma única peça de couro ou pele cobrindo a ponta do pé e envolvendo o pé servia como proteção básica na Europa, África, Ásia e nas Américas.
Em algumas partes da Europa, este tipo de calçado é denominado OPANKE, significando sapato na língua servo-croata. Os sapatos OPANKES are profusamente usados nas zonas rurais das regiões Bálcãs, onde eram comumente feitos pelos próprios usuários.
O nome MOCCASIN originou-se a séculos atrás no nordeste da América do Norte, onde denominava-se o sapato com um solado macio de ALGONKIAN. Os OPANKES receberam um solado de couro endurecido, mas, os MOCASSINS dos índios nativos americanos eram de solado macio devido a uma variedade de razões práticas tais como procedimentos furtivos (para não afugentar a presa) quando em caçadas, caminhando em sapatos para neve e para ajoelharem-se mais comodamente quando em suas canoas.
Atualmente, o termo MOCASSIN descreve também um tipo popular de sapato com o mesmo estilo de cabedal de uma única peça de couro, envolvendo todo o pé, porém com uma sola endurecida, acrescida ao mesmo.
Entretanto, em inglês, a palavra MOCASSIN é usada para denominar um tipo de calçado simples e sem salto.
Interpretações coloridas desses MOCASSINS apaches, com enfeites e bordados de miçangas têm sido um revival e um must contínuo na moda contemporânea.
Todavia, os modelos mais estruturados do século XX foram chamados de LOAFERS pelos ingleses e americanos. Os denominados PENNY LOAFERS, com uma tira com pequena abertura por cima da gáspea, receberam esse nome nos anos 50, quando os americanos costumavam guardar uma moeda de um penny (centavo) nessa pequena fenda para possíveis eventuais gastos quando fora de casa.
Os MOCCASINS com bridões, lançados pela italiana Gucci na década de 1960 tornaram-se um clássico, foram produzidos com solados de couro ou borracha e têm sido copiados no mundo inteiro.
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" If you rebel against high heels, take care to do so in a very smart hat." George Bernard Shaw"