domingo, 31 de agosto de 2008

SÍNDROME DE CINDERELA


Pés pequenos e delicados... Sonho de consumo em todos os tempos. Tanto que algumas mulheres compram seus sapatos de dois a três números inferiores ao tamanho ideal apesar das conseqüências do desconforto e deformação do pé.
Paradoxo. Quanto menor e mais apertado o sapato maior o fator emocional para realçar seu “
sex appeal”.
Nem Cinderela tampouco as mulheres atuais dão a mínima para a dor em detrimento de um “look” perfeito. Obviamente elas estão mais interessadas num resultado final do que conforto.

ANATOMIA DO PÉ
O pé humano é uma obra-prima da arte de engenharia, já declarava Leonardo da Vinci. O pé contém 26 ossos cobertos por 19 músculos da perna ligados ao pé. O pé possui quatro arcos, 107 ligamentos, uma infinita combinação de vasos sangüíneos e nervos, centenas de milhares de glândulas sudoríparas e poros. Ao longo da vida este mesmo pé flexionará, alongará e contrairá cerca de 300 milhões de vezes e, ainda assim, permanecerá funcionalmente intacto.

PÉ ÚNICO
Não há um único pé para duas pessoas e nem mesmo os pés de uma pessoa são precisamente iguais. Inclusive um dos nossos pés é sempre maior do que o outro O mesmo pode-se dizer das solas dos pés. São indelevemente únicas e permanecem assim durante toda uma vida e podem até ser usadas como impressões digitais para fins de identificação.

OS 14 PONTOS CHAVES PARA UM CALCE PERFEITO

1. Comprimento de ponta a ponta – É o ponto mais óbvio. Não se habitue a testar o pé pela ponta do “dedão” e assumir que este é o ponto mais longo. Não é. Vinte por cento das pessoas tem o segundo dedo do pé mais longo e, cinco por cento, o terceiro dedo do pé. Sempre teste o calce com o cliente de pé. Ao apoiar-se no chão, o pé distende-se de ¼ a ¾ de polegada. Conceda um espaço de pelo menos 3/8 de uma polegada a mais ao dedo mais comprido do pé.
2. Comprimento até o “dedinho” do pé – Toque a ponta do “dedinho”. Se não puder tocá-la isto indicará um sapato demasiadamente curto ou estreito.
3. Do salto até a junta interna do pé – Se não for apuradamente observado o sapato não flexionará adequadamente ou o dedo levantará durante o uso.
4. Do salto até a junta externa do pé – Este local é raramente testado. Este ponto do pé deverá conformar-se à forma ou o sapato não flexionará.
5. Cubóide – Nome dado à base do quinto osso metatársico. Não deverá ter nenhuma pressão sobre o mesmo o que poderá causar deformidade e desconforto.
6. Largura da “bola” do pé – Sempre com o cliente de pé porque a largura da “bola” do pé expande-se de ¼ a 5/8 de polegadas com o peso do corpo. Lembre-se sempre que, no decorrer do dia o pé expande-se cerca de cinco por cento em volume, principalmente em dias quentes e úmidos.
7. Largura do salto – Dentre as mais variadas formas e tamanhos exigem um contraforte firme, mas flexível sem causar desconforto.
8. Gáspea - Não deverá formar pregas ou dobras excessivas.
9. “Boca” do sapato – É a área ao redor da parte superior do sapato. O calce deve ser exato sem ser excessivamente apertado ou demasiadamente frouxo.
10. Arco do pé – O calce deve acomodar o pé embaixo e na parte lateral do arco, não dando chance à dobras ou pregas.
11. Parte traseira do salto – Não deverá “morder” o tendão do calcanhar.
12. Bordas superiores – Deverão amoldar-se ao pé. Bordas soltas podem ser causadas por pés excessivamente inclinados para fora ou ainda por um salto demasiadamente largo ou um calce extremamente estreito.
13. Borda traseira da gáspea – Se estiverem excessivamente apertadas, poderão causar uma severa “mordida” no pé. Para um calce perfeito e extremo conforto esta área deverá acomodar a pontinha de um lápis.
14. Passo – Deverá equilibrar-se adequadamente sob a “bola” do pé e do salto. Quando o cliente der alguns passos em sua direção, observe atentamente se o pé ou o sapato oscilam levemente.

Devemos aliviar o pé de sua prisão uma vez que o mesmo não precisa satisfazer funções primitivas, mas sim libertá-los e deixá-los fluir a passos largos combinando estilo, moda, conforto e saúde.
jbp©

sexta-feira, 29 de agosto de 2008


HISTÓRIA DO CALÇADO – TOMO VI

Em 1991 foi encontrado o corpo de um homem, datado de cinco mil anos. O intrigante homem “congelado”, denominado como “Ötzi”, tinha os pés coberto com couro, estofados com palha. Desenhos nas cavernas da Espanha, com data de quinze mil anos evidenciam nossos ancestrais usando couro de animais enrolado em seus pés.
Sem dúvida eles souberam tirar proveito dos elementos naturais da melhor maneira possível, protegendo seus pés de temperaturas extremas. Usavam cascas de árvores, folhas e peles de animais.
Inicialmente os calçados eram usados somente pelos mais privilegiados e ricos e, mesmo quando se tornaram mais amplamente usados, continuaram representando um status social numa civilização que exigia que os escravos andassem descalços.

Os calçados são tema de lendas.
Desde as Sagradas Escrituras até as Mitologias Seculares, e, através de tempos imemoráveis, têm sido um componente central para histórias de fadas e de folclore popular.
Assim podemos dizer que os calçados não só refletem uma história social, mas, um registro pessoal de nossas vidas.

Monumentos que evocam um tempo, um lugar, uma emoção.
Os calçados preservam o passado, desencadeiam lembranças tão vívidas quanto um álbum de fotografias ao qual voltamos de tempos em tempos para nos abastecer de motivação e de inspiração para criar novos sonhos.
Jbp©
(Photo:Old Friends)


HISTÓRIA DO CALÇADO – TOMO V ( 1890 – 1990 )

Anos 80 – Ambivalência e sofisticação. Década da androginia e dualidade comportamental. Agressividade. Rebeldia. Individualidade. Surgiram os punks e os skinheads. Surgiu também uma nova geração de jovens businessmen, individualistas, os Yuppies.

1980-1990 – Os calçados perderam a altura. Calçados pesados e fechados entraram em cena. As sandálias apresentavam solados mais grossos.
Nos anos 90, houve uma grande influência dos fenômenos sociais atuantes e determinantes de um novo comportamento visual.
Os novos ídolos eram os pop stars, evidenciando os calçados de saltos altos de Madona, com o erotismo explícito de suas canções; a androginia pura de Prince, David Bowie e Michael Jackson; o sorriso escrachado de Mick Jagger a bordo de suas botinas em couro de cobra e os astros dos esportes.

O tênis, definitivamente, abriu a década de 90 como o calçado de maior status, evidenciando uma nova tecnologia, novos materiais sintéticos, modelos diferenciados para as mais diversificadas funções, desfilando nas passarelas ou brilhando nas quadras esportivas, vestido pelos maiores astros do esporte mundial.
jbp©

HISTÓRIA DO CALÇADO – TOMO IV (1970 )
Os anos dourados aos poucos perdiam seu brilho. Uma nova realidade batia de frente ao mundo feminino e um novo caminho se fazia necessário. Uma nova cultura estava solta nos quatro cantos do mundo. O rock rebelou-se às baladas melodiosas. O tênis era usado por ambos os sexos. Novos estilos foram criados. A tecnologia decretou o bem estar. Estava estabelecida a época do “prêt-à-porter”. A moda sofreu a influência da cultura hippie, dos Beatles, Tropicália, Jovem Guarda; prosseguiu pelos caminhos do folk, do étnico e resultou extremamente individualista.
O maior sucesso da época de 70 foi indubitavelmente, as botas.
Plataformas enormes, trançadas com tiras e fitas. Uma nova e infinita possibilidade de materiais, texturas e motivos.
Sintéticos, plásticos, vinil, verniz e todos os tipos de brilho. Os materiais naturais, rústicos, como a camurça, juta, lona e cortiça. Bordados, galões, passamanarias, estampas de tapeçarias e outras referências étnicas.
No final dos conturbados anos 70, o individualismo deixou de ser uma proposta passando a ser uma realidade e a forma física tornou-se uma verdadeira obsessão. O boom dos calçados esportivos que assim o diga. O conforto era a tônica máxima. Os tênis, mocassins e as sapatilhas coloridas assumiram um novo sucesso.
jbp©

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

HISTÓRIA DO CALÇADO - TOMO III ( 1950 - 1960 )


Este período foi marcante, com toques de independência, emancipação e liberdade irrestrita. A partir de então nada seria com antes.
Alguns calçados tornaram-se tão notórios quanto seus usuários. Como teriam os mitos Marilyn Monroe, Sophia Loren, Elisabeth Taylor e Audrey Hepburn sobrevivido sem o revival do salto Louis XV? James Dean, em jeans e tênis; Elvis Presley e Marlon Brando com sua moto e suas botas pretas?
Uma época de luxo e elegância, baseada nos modelos excêntricos criados por Perugia e Roger Vivier, ladeados por Mademoiselle Chanel, em que saltos tão finos quanto agulhas, ricamente adornados, bordados em pedrarias, saltitavam nos palcos de um novo admirável mundo. O salto “stiletto” surgiu em 1963. Foi um fenômeno internacional. Legítimos suportes de sedução e pedestais de prazer.
Os idos de 60 marcaram o início de uma grande democratização nos costumes e na moda.
Em 1964, as botas brancas de Courrèges, com sua visão futurista, de estilo intergaláctico e o fascínio pelos novos materiais sintéticos adentraram a época com desenhos geométricos, em texturas e cores contrastantes. Calçados coordenados às meias-calças lisas, estampadas, evidenciando uma moda audaciosa e os calçados como resultado final dessa ousadia.
No final dos anos 60, as botas e os calçados eram extremamente femininos. Somente nos anos 70, o estilo unissex explodiria com todo seu potencial de pseudo-igualdade e ambigüidade dos sexos. O plástico, o vinil e o metal destacavam-se como materiais nobres.

Final da década de 60. Começo da maior recessão econômica mundial. Contestação. Viagens. Romantismo. Folclore. Pilares mestres de um novo tempo quanto à estética do quotidiano.

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terça-feira, 26 de agosto de 2008

A HISTÓRIA DO CALÇADO - TOMO II ( 1900-1940)
(Shoes by Andre Perugia)

De 1900 a 1914 – Paris foi o alvo da moda, atiçado pelas atrizes da época que influenciavam e gastavam grandes fortunas cometendo verdadeiros desatinos em nome da alta moda dominante. André Perugia foi o primeiro grande artesão conquistando rapidamente o chamado mundo elegante daquela época. Ele foi considerado o primeiro sapateiro do século XX, tornando-se notório pelos preços exorbitantes cobrados. Todavia, foi na América que surgiu o tênis.

1920 – 1930 – Tempos modernos. Mulheres ativas, independentes, brigando pela igualdade de sexos, amor livre e jazz. O culto à simplificação, aos esportes, ao ritmo e, sobretudo, a uma nova liberdade. Calçados bicolores em preto e branco brilharam durante muitos anos nos palcos e nas telas de cinemas, sobressaindo-se nos campos de golfe e na Casa Real de Londres como a supremacia do bom gosto.

1930-1940 – Época de luxo, recessão, música e repressão.
Uma década essencialmente notória pelos seus contrastes. Fim à austeridade. Fruto de uma recessão econômica jamais vista. Todas as contradições desse tempo que antecedeu à II Grande Guerra refletiram-se no estilo, nas cores vibrantes e nos materiais sofisticados. Materiais alternativos como a madeira, a ráfia, a cortiça, todos entusiasticamente combinados e aplicados, livres de qualquer tendência ou influência, fizeram-se notórios a olhos vistos, criando sua própria moda e estilo no panorama mundial.
O Brasil não deixou por menos, sob a influência de Carmem Miranda, musa eternamente associada às altas plataformas, cores burlescas e balangandãs, não fazendo sombra às provocantes sandálias das vedetes da época.
Escarpins, anabelas, sandálias de saltos altos, ornadas nas mais variadas formas e apetrechos, amarradas com tiras ao redor do tornozelo imortalizaram um período marcado pelo mais puro romantismo e feminilidade.
Com certeza, essa época instigada por todas as dificuldades das décadas anteriores elegeu-se como uma das mais produtivas em termos de criação estabelecendo um novo patamar para o pleno desenvolvimento das próximas décadas.
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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A HISTÓRIA DO CALÇADO - TOMO I

(Os Sapatos by Van Gogg)

Conta a história que, num certo dia, um rei caminhando descalço pelo seu jardim pisou em um espinho. Enfurecido, intimou seu ministro e ordenou que o mesmo cobrisse toda a terra com couro de maneira que ele jamais votasse a machucar seus pés.
O ministro, apavorado pela extensão do projeto, foi subitamente tomado por uma grande idéia:


- Sua Majestade, por que não cobrir seus pés com couro em vez de cobrir com couro a terra toda? Isso teria o mesmo efeito!...”

E assim, diz-se ter nascido à idéia original do calçado em couro.
Os homens têm usado calçados por milhares de anos, mas quem criou o primeiro calçado ou que criativo o originou? A informação perdeu-se no tempo. Ainda assim, não é difícil deduzir a origem dos calçados ou porque ainda continuamos a usá-los. Em parte, porque a natureza assim o exigiu, uma vez que nós, seres humanos não fomos providos com cascos duros, iguais aos dos eqüinos, ou com patas almofadadas e resistentes como as dos felinos.
Supõe-se que pela capacidade humana de criação e constante busca em atender às suas necessidades, o homem criou o calçado, um meio de proteger os pés do frio, do calor, da umidade e de superfícies desconfortáveis e perigosas.
Com o tempo, os calçados transcenderam suas aplicações puramente práticas e se tornaram objetos de beleza própria, acessórios essenciais de moda. Além de servir para atender nossas necessidades básicas e ao nosso bem-estar, são intrigantes fontes de informação a respeito da identidade humana através da história. Quem somos o que fazemos e onde vivemos são todos índices notórios que comunicam, efetivamente, através do que usamos em nossos pés.
As sandálias foram o calçado básico das civilizações antigas, como a egípcia, a grega e a romana, tendo sido dominantes nas regiões quentes da áfrica, Ásia e América durante séculos. Eram feitas sob medidas, com solado firme e cabedal mínimo, para que o ar circulasse livremente, baseadas em cópias de sandálias trazidas pelos invasores mediterrâneos.
As sandálias têm sido alternativamente símbolos de prestígio ou de pobreza. Sandálias de madeira eram usadas pelos pobres ou humildes na Idade Média; os padres medievais e os monges Franciscanos adotaram-nas como símbolo der desapego à luxúria do mundo.
Os calçados são tema de lendas. Desde as Sagradas Escrituras até as Mitologias Seculares, e, através de tempos imemoráveis, têm sido um componente central para histórias de fadas e de folclore popular.
Assim podemos dizer que os calçados não só refletem uma história social, mas, um registro pessoal de nossas vidas. Monumento que evocam um tempo, um lugar, uma emoção.
Os calçados preservam o passado, desencadeia lembranças tão vívidas quanto um álbum de fotografias ao qual voltamos de tempos em tempos para nos abastecer de motivação e de inspiração para criar novos sonhos.jbp©



terça-feira, 19 de agosto de 2008

COURO QUE TE QUERO MEU

O couro, tradicional companheiro do sapato, tem uma qualidade erótica envolvendo toque, cheiro e estética.
Curtidores, vendedores, compradores, estilistas e usuários do couro têm uma ligação profunda, imperceptível a olhos nus, com este nobre material deixando-os todos atônitos e vis perante seu charme irresistível.
Além das suas características estéticas, seu real valor está no toque.
Qualquer pessoa ligada a ele, na maioria das vezes, tende a fechar os olhos ao examiná-lo, exalando-o inebriadamente deixando sua total concentração ao seu sentido táctil, suas mãos, acariciando-o com as pontas dos dedos evidenciando uma resposta sensual visível livre e espontânea, como se estivesse explorando o corpo voluptuoso de uma mulher na penumbra, deslumbrando-se às suas curvas e à sua textura.
Os homens ligados ao couro têm inclusive uma linguagem especial para expressar algumas de suas qualidades mais sutis, como: suave, aberto, cheio, firme, arredondado, sedoso e flexível. Quanto mais jovem e mais exótico, maior a oferta, pois quanto mais jovem o animal mais fino e flexível será a pele.
Os sapatos são feitos dos mais variados tipos de couro, cada um apresentando suas características inatas transmitindo uma qualidade sensual única.
Homens e mulheres respondem diferentemente ao apelo erótico do couro.
As mulheres tendem a apreciar couros mais exóticos, como a pelica, a napa, os répteis, o verniz, a camurça e o couro de avestruz, exatamente por suas características envolventes tornando-as conscientes do seu toque único.
O couro de cobra, à primeira vista repulsivo às mulheres, tem sido ao longo do tempo um dos mais exóticos couros usados em sapatos femininos, portanto, magneticamente atraídas, evidenciando um elo definitivamente sensual e uma forte conexão erótica com tal material.
Interessante ressaltar que os homens raramente usam sapatos em couro de répteis, símbolo fálico associado à cobra por excelência, característica esta exclusiva do território feminino.
É claro que o sapato masculino tem também seu próprio apelo sensual.
Geralmente são mais firmes e inerentes a um sentimento masculino, como o couro de cavalo, novilhos e cervos, couros escovados, mais pesados do que a camurça e os graxos.

Raciocinar sobre o couro é como pensar em sapatos.

Ambos congregam propriedades comuns. Fato natural Inevitável

Fazem-nos, homens e mulheres, se renderem à incomparável maciez de seu toque, qualidade genuinamente feminina e masculina por excelência.

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domingo, 17 de agosto de 2008

PÉS ALADOS



Todas as meninas crescem acreditando que o mito da Cinderela pode num passe de mágica transformar suas vidas.
Pela sua imaginação voam em sapatos alados que prometem entusiasmos para mudanças, onde sopram ventos afugentando inadequações e inseguranças.
Os sapatos, apesar de ser muitas vezes uma das mais recônditas partes do vestuário de uma mulher, ironicamente, são e será uma das mais reveladoras.
Este tópico tem sido veementemente explorado através desde significados camuflados aos mais explícitos.
Notoriamente, a qualidade carismática dos sapatos tem muito mais a ver com posse do que com uso. Essa é a razão porque as mulheres continuam comprando sapatos e mais sapatos, apesar de usarem somente uns poucos dos muitos que possuem.
O impulso para a compra não tem nada a ver com a necessidade. É simplesmente a emoção da consumação do ato em fato, impulsionadas por altos piques de desejo, optando, às vezes, sem hesitação, pela frivolidade ao calce, mesmo consciente dos apelos ao conforto.
A indelével atração de um sapato desencadeia fantasias.
E, as mulheres, quando atiçadas por um belo espécime, caminham em brasa viva, seduzindo ao primeiro sopro e passo.
Rendem-se ao apelo de um belo par de sapatos. Envaidecem. Crescem. E, em saltos e atitudes inatingíveis, lançam-se aos vôos de seus pés alados.
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FETICHE EM COURO


Saltos altos. Fantasia em couro, pele e osso dão um contorno ao tornozelo e à perna, proporcionando uma aparência mais longilínea e sensual.
O pé parece menor, ressaltando as curvas do seu arco, tornando as pernas mais femininas.
Os saltos acentuam e causam uma mudança de postura dos membros inferiores, provocando um profundo e intenso efeito psicológico que culmina em fascinação vivaz, por excelência, à natureza da grande maioria dos homens.
A existência do salto alto é prova indelével de que o pé é para ser visto e admirado. O verdadeiro fetiche do salto não para por aí... Continua a passos largos.
Seu encanto se estende a sua aerodinâmica inspirada na harmonia estabelecida entre o sapato e o pé. Aqueles movimentos sinuosos, aquele molejo sutil, aquele doce balanço provocado pela malemolência dos passos rumando em direção ao absinto, alterando nitidamente o visual e a física, arriscando o equilíbrio, deslizando com garbo e malícia.
Hipnotizando, cedendo aos caprichos do fascínio alheio, deixando os homens plenamente de quatro pela controvertida arte de seduzir.
Bela. Irresistivelmente feminina. Felina.
Insinuantemente mulher.
De saltos altos, por favor.
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SEM DESCER DO SALTO


Sapatos
Pés
Saltos altos... Mais altos... Mais poderosos.
Eles têm sido o melhor amigo das mulheres. Perdoem-me os diamantes.
Eles têm causado um efeito maior na velha arte da sedução do que qualquer outro artigo de moda. Talvez seja essa a razão porque eles têm mantido sua popularidade ao longo dos séculos.
Acredito na permanência desse fator, contanto que a atração por eles exercida continue a ser o fator número um na lista de prioridades da natureza humana.
Nove entre dez homens rendem-se a seus pés, tônica máxima da sedução feminina.
As mulheres, por sua vez, têm razões que a própria razão desconhece para usar todos os artifícios de sedução, mas, quando querem arrasar, estão cientes do efeito que irradiam dos pés através dos sapatos.
Todas nós mulheres preferimos desafiar a lei da gravidade a renunciar ao charme e ao glamour proporcionados pelos saltos pontiagudos. Não precisamos sequer – felizmente – sermos uma diva hollywoodiana para nos sentirmos lascivamente mais desejadas quando atiçadas com vara curta. Basta alçar os calcanhares algumas polegadas acima do chão, empinar o “ derrière”, jogar o corpo para frente, ressaltando sua elegância, alongando prazerosamente as pernas e atacar sua presa sem misericórdia, sem descer do salto.
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quinta-feira, 14 de agosto de 2008

SALTOS ALTOS - PEDESTAIS DE PRAZER



Os sapatos foram criados para focalizar a atenção no pé e, posteriormente, sensualizá-lo ao bel prazer dos olhos de quem assim o ver.
Para alguns estilistas criadores de maravilhosas coleções deste aparato raro, o sapato para uma mulher não passa de um adereço.
O ideal, segundo Herman Delman, renomado estilista que tem criado sapatos para as mulheres mais glamorosas do mundo, um dos mais importantes segredos da moda em calçados seria desnudar o pé e alçá-lo em vôos no alto dos saltos. Essa é a razão pela qual os sapatos são tão deliberadamente despojados, com cortes laterais profundos, biqueiras abertas, com tiras minúsculas envolvendo o tornozelo e decotes profundos deixando o peito do pé à mostra.
Uma mulher seminua, descalça e sapatos por serem vestidos têm a mesma coisa em comum – a ilusão de que as melhores partes estão ocultas para serem reveladas.
O salto, exuberantemente sinuoso
o bico, pontiagudo
materiais macios e aveludados ao toque
cores quentes e vivas, impelidas ao uso de modo consciente ou inconsciente, evocando uma beleza velada através de suas formas, enfeites, imagens.
Enfim, um “look” revelando características infinitas, camuflando ou mostrando o verdadeiro propósito de uma atitude e um instrumento de intensa persuasão espalhados delicadamente ao longo do caminho, ao deleite dos que o observam, esbanjando graça e leveza.
Saltos altos - Instrumento vital de admiração e provocação velada. Dádiva única e exclusiva às mulheres, em especial, àquelas quando imbuídas da arte de seduzir sob o alto de seus altos – pedestais de puro prazer.
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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

COURO É PELE



Genuinamente como a nossa pele – e possui, portanto todas as qualidades tácteis associadas ao toque, cheiro e estética. Com suas veias, rugas, poros e glândulas sudoríparas.
Enruga com o passar do tempo, responde maravilhosamente a tratamentos cosméticos e, molda-se, instantaneamente, a cada movimento do pé e do corpo.
Respira através de milhares e ínfimos poros mantendo a temperatura ambiente em benefício do nosso bem estar.
Pensar em couro é pensar em sapatos.
Couro e sapato são comuns entre si. Esta afinidade natural, empatia sensorial, esta íntima relação como o couro data desde os primórdios da humanidade.
Fato natural e inevitável que o homem tenha escolhido o couro para cobrir sua pele e seus pés. Escolha esta tão natural que pode ser comprovada em Gênesis:


“TANTO PARA ADÃO COMO PARA SUA ESPOSA EVA FEZ DEUS ROUPAS DE COURO E OS COBRIU.”
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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

IDENTIDADE FEMININA E MASCULINA POSITIVA


(desenho by Manolo Blahnik)

Homens e mulheres usam artigos de vestuário que, mesmo quando trocados entre si passam despercebidos. Calças e camisas são meros exemplos.
Sapatos? Impossível. Eles têm uma identidade feminina, masculina positiva com diferenças notáveis, a plenos olhos vistos.
A partir do nascimento, utilizamos o sapato como fator determinante e definidor do papel feminino e masculino.
Cores diferentes são compradas para meninos e meninas, como se os pais estivessem erguendo uma bandeira junto ao berço do recém-nascido, deixando bem claro o gênero do bebê.
Muitas vezes os pequeninos fazem suas primeiras descobertas a respeito de sua sexualidade mais pelos sapatos que usam do que pela anatomia em si.
Essas diferenças seguem assim vida afora. Além, da determinação do gênero, não há nenhuma razão prática para que garotas e garotos devam usar sapatos de estilos diferentes. O sapato constitui uma insígnia para delimitar os territórios de ambos os sexos.
No mundo da moda, o sapato, indubitavelmente, caminha a passos largos. E o que é senão o supra-sumo do fetiche? Ele tem sido o barômetro fidedigno do grau de consciência de fenômenos sensuais de uma pessoa, uma vez que os jovens não têm plena consciência de moda, exceto a partir de sua própria conscientização como macho ou fêmea.

Há algumas gerações, as crianças não definiam os estilos de seus sapatos antes dos onze ou doze anos. Atualmente, estudos comprovam que tal escolha começa aos cinco anos seguindo o tic-tac do relógio biológico interno.
As pré-adolescentes já estão insistindo em saltos iguais aos da irmã mais velha. Os meninos da mesma faixa etária pedem sapatos com aparência essencialmente masculina.
A moda dos sapatos é um dos fatores mais evidentes e estimulantes à exposição destes sinais evidentes, antes latentes e agora, portanto, dominantes.
PÉS E SAPATOS.
Erotismo puro expresso em saltos altos e nos pés reveladoramente desnudos em insinuantes sandálias...
Femininas... É claro!

RED SHOES FOR A BLUE LADY



Sapatos... Sapatos
Sapatos inteligentes
pedem respeito às linhas e formas
Sapatos altos
imploram idolatrias
Sapatos confortáveis
oferecem liberdade
Mas... sapatos bem talhados e vestidos sugerem e prometem aventura...
Sonhos alados
Irresistivelmente elegantes em
COURO, PELE E OSSO
jbp©
“...ser levados por sapatos; voar com eles.
Vestir sonhos em nossos pés, é torná-los possíveis..." (Roger Vivier)

domingo, 10 de agosto de 2008

SAPATO E COURO - SINTONIA SENSORIAL




Nuanças
texturas e cheiros à parte
O segredo da influência do couro pode não ser totalmente obscuro
Pois o simples fato de que o couro é pele/animal
pode provocar, indelevelmente, ao menor toque, nossas sensibilidades olfativas
as quais tem sido ancestralmente afetada por estímulos externos trazendo à tona a chave de todo o mistério: As três maiores forças persuasivas da sensualidade combinadas em perfeita sintonia:


PÉ, SAPATO e COURO
que, quando somadas, atuam diretamente em nossos sentidos


O COURO É VIDA... À FLOR DE NOSSAS PELES.
O SAPATO é a impressão digital do pé em ação e movimento
Eles refletem uma história social
São arquivos de nossas vidas, monumentos que evocam uma época desencadeando lembranças tão vívidas e tácteis quanto um álbum de fotografias passado a limpo
Apesar de ser muitas vezes uma das mais recônditas partes do vestuário de uma mulher, ironicamente, são e será sempre uma das mais reveladoras
Os olhos podem ser a janela da alma, mas, os sapatos são o portal da psique.
Um novo par de sapatos pode não curar os males de amor ou acalmar um ataque de enxaqueca mas pode, com certeza, aliviar os sintomas e espantar melancolia e depressão
Como aliviar este ímpeto de render-se às cores e modelos que fogem à nossa imaginação
que nos pegam de susto, seduzindo-nos em todas as características que o olho possa alcançar, o bolso possa arcar e a alma compensar?
Talvez você não possa usar seu vestido favorito em detrimento de algumas gramas oriundas da arte do bem comer, mas, em contrapartida poderá sempre usar seus sapatos, pois os pés não ganham nem perdem peso... Só asas.
jbp©
"...it´s impossible not to smile when you wear a pair of my shoes."(Andrea Pfister)