sexta-feira, 29 de agosto de 2008


HISTÓRIA DO CALÇADO – TOMO VI

Em 1991 foi encontrado o corpo de um homem, datado de cinco mil anos. O intrigante homem “congelado”, denominado como “Ötzi”, tinha os pés coberto com couro, estofados com palha. Desenhos nas cavernas da Espanha, com data de quinze mil anos evidenciam nossos ancestrais usando couro de animais enrolado em seus pés.
Sem dúvida eles souberam tirar proveito dos elementos naturais da melhor maneira possível, protegendo seus pés de temperaturas extremas. Usavam cascas de árvores, folhas e peles de animais.
Inicialmente os calçados eram usados somente pelos mais privilegiados e ricos e, mesmo quando se tornaram mais amplamente usados, continuaram representando um status social numa civilização que exigia que os escravos andassem descalços.

Os calçados são tema de lendas.
Desde as Sagradas Escrituras até as Mitologias Seculares, e, através de tempos imemoráveis, têm sido um componente central para histórias de fadas e de folclore popular.
Assim podemos dizer que os calçados não só refletem uma história social, mas, um registro pessoal de nossas vidas.

Monumentos que evocam um tempo, um lugar, uma emoção.
Os calçados preservam o passado, desencadeiam lembranças tão vívidas quanto um álbum de fotografias ao qual voltamos de tempos em tempos para nos abastecer de motivação e de inspiração para criar novos sonhos.
Jbp©
(Photo:Old Friends)


HISTÓRIA DO CALÇADO – TOMO V ( 1890 – 1990 )

Anos 80 – Ambivalência e sofisticação. Década da androginia e dualidade comportamental. Agressividade. Rebeldia. Individualidade. Surgiram os punks e os skinheads. Surgiu também uma nova geração de jovens businessmen, individualistas, os Yuppies.

1980-1990 – Os calçados perderam a altura. Calçados pesados e fechados entraram em cena. As sandálias apresentavam solados mais grossos.
Nos anos 90, houve uma grande influência dos fenômenos sociais atuantes e determinantes de um novo comportamento visual.
Os novos ídolos eram os pop stars, evidenciando os calçados de saltos altos de Madona, com o erotismo explícito de suas canções; a androginia pura de Prince, David Bowie e Michael Jackson; o sorriso escrachado de Mick Jagger a bordo de suas botinas em couro de cobra e os astros dos esportes.

O tênis, definitivamente, abriu a década de 90 como o calçado de maior status, evidenciando uma nova tecnologia, novos materiais sintéticos, modelos diferenciados para as mais diversificadas funções, desfilando nas passarelas ou brilhando nas quadras esportivas, vestido pelos maiores astros do esporte mundial.
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HISTÓRIA DO CALÇADO – TOMO IV (1970 )
Os anos dourados aos poucos perdiam seu brilho. Uma nova realidade batia de frente ao mundo feminino e um novo caminho se fazia necessário. Uma nova cultura estava solta nos quatro cantos do mundo. O rock rebelou-se às baladas melodiosas. O tênis era usado por ambos os sexos. Novos estilos foram criados. A tecnologia decretou o bem estar. Estava estabelecida a época do “prêt-à-porter”. A moda sofreu a influência da cultura hippie, dos Beatles, Tropicália, Jovem Guarda; prosseguiu pelos caminhos do folk, do étnico e resultou extremamente individualista.
O maior sucesso da época de 70 foi indubitavelmente, as botas.
Plataformas enormes, trançadas com tiras e fitas. Uma nova e infinita possibilidade de materiais, texturas e motivos.
Sintéticos, plásticos, vinil, verniz e todos os tipos de brilho. Os materiais naturais, rústicos, como a camurça, juta, lona e cortiça. Bordados, galões, passamanarias, estampas de tapeçarias e outras referências étnicas.
No final dos conturbados anos 70, o individualismo deixou de ser uma proposta passando a ser uma realidade e a forma física tornou-se uma verdadeira obsessão. O boom dos calçados esportivos que assim o diga. O conforto era a tônica máxima. Os tênis, mocassins e as sapatilhas coloridas assumiram um novo sucesso.
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